Nos últimos anos, um número crescente de consumidores têm recorrido à revisão de contratos de financiamento de veículos como uma alternativa para renegociar dívidas, especialmente quando sentem que foram vítimas de taxas de juros abusivas.
No entanto, essa prática, conhecida popularmente como “colocar o carro na amigável”, carrega seus próprios riscos e implicações legais.
Neste texto da empresa Sete Capital, abordaremos detalhadamente os potenciais perigos dessa abordagem, os cuidados necessários e alternativas para quem está considerando essa opção.
O Que é a Amigável de Contrato?
A negociação amigável de contrato é um processo onde o consumidor questiona as cláusulas de um contrato de financiamento, especialmente em relação a juros e outros encargos que ele considera abusivos ou ilegais.
O objetivo é obter a redução desses encargos, o que pode resultar em um saldo devedor menor ou em prestações mensais mais baixas.
1. Suspensão do Pagamento das Parcelas
Um dos principais riscos ao entrar com uma negociação amigável é a suspensão dos pagamentos das parcelas do financiamento durante o processo.
Muitos consumidores, por orientação, param de pagar as prestações na expectativa de que o valor total da dívida seja reduzido ao final da ação.
No entanto, essa estratégia pode resultar em consequências severas, como a inclusão do nome do consumidor em cadastros de inadimplentes (SPC e Serasa) e, em casos extremos, a retomada do veículo pelo banco.
A suspensão dos pagamentos também pode acarretar no aumento dos valores devidos, já que juros de mora, multas e outros encargos continuam sendo acumulados durante o período de inadimplência.
2. Risco de Busca e Apreensão
Outro risco significativo ao colocar o carro na negociação amigável é a possibilidade de busca e apreensão do veículo.
Se o consumidor deixar de pagar as parcelas do financiamento, a instituição financeira pode entrar com uma ação de busca e apreensão.
Nesse caso, é possível que seja permitido que o banco retome o veículo, o que muitas vezes ocorre antes mesmo da decisão sobre a revisão do contrato.
A perda do veículo pode causar não apenas transtornos financeiros, mas também emocionais e práticos, principalmente para aqueles que dependem do carro para trabalhar ou para outros aspectos importantes do dia a dia.
3. Custos Processuais
Entrar com uma negociação amigável também envolve custos que nem sempre são levados em conta inicialmente.
Além das custas processuais, o consumidor deve estar preparado para pagar por serviços de empresas especializadas, que podem ser fixos ou baseados em um percentual do valor economizado com a ação.
4. Incerteza do Resultado
Outro aspecto importante a considerar é a incerteza quanto ao resultado da negociação amigável.
Não há garantia de que será aceito os argumentos do consumidor e que a ação seja decidida em favor da revisão dos termos do contrato.
Na verdade, há casos em que os termos do contrato original são válidos e que não houve prática de juros abusivos.
Essa incerteza pode se tornar um grande problema se, ao final do processo, o consumidor não conseguir a revisão dos encargos e ainda precisar quitar a dívida com os juros e multas acumulados.
5. Impacto na Reputação Financeira
Entrar com uma negociação amigável e, principalmente, suspender os pagamentos pode afetar negativamente a reputação financeira do consumidor.
Como mencionado anteriormente, a inadimplência pode levar à inclusão do nome em cadastros de crédito, o que dificulta a obtenção de novos financiamentos ou mesmo a contratação de serviços como cartão de crédito, crédito consignado, entre outros.
Além disso, o impacto na pontuação de crédito (score) pode se estender por anos, mesmo após o término da ação, limitando o acesso a crédito e impactando a vida financeira do consumidor a longo prazo.
6. Possíveis Desdobramentos Legais
Embora a negociação amigável tenha como objetivo principal a revisão dos termos do contrato de financiamento, ela pode gerar desdobramentos legais que complicam ainda mais a situação do consumidor.
Isso inclui a possibilidade de contra-argumentação por parte da instituição financeira, que pode entrar com recursos e até mesmo com outras ações contra o consumidor, como a busca e apreensão mencionada anteriormente.
O processo pode se arrastar por anos, o que gera incerteza e estresse, além de custos contínuos e outras despesas legais.
7. Alternativas à amigável
Diante dos riscos envolvidos, é fundamental que o consumidor considere alternativas antes de entrar com uma negociação amigável. Algumas dessas alternativas incluem:
Renegociação Direta: Muitas vezes, é possível renegociar as condições do financiamento diretamente com a instituição financeira.
Essa abordagem pode resultar em acordos mais rápidos e menos onerosos.
Portabilidade de Crédito: Caso o consumidor esteja insatisfeito com as condições do financiamento atual, ele pode considerar a portabilidade de crédito, transferindo a dívida para outra instituição financeira que ofereça condições mais vantajosas.
Refinanciamento: Outra opção é o refinanciamento do veículo, que pode resultar em parcelas menores e condições mais favoráveis, embora isso signifique a extensão do prazo de pagamento.
Consultoria Financeira: Antes de tomar qualquer decisão, é aconselhável procurar a orientação de um consultor financeiro especializado, que pode ajudar a avaliar a viabilidade da negociação amigável e outras alternativas disponíveis.
A empresa Sete Capital, especializada nesses assuntos, pode ajudar, consulte-nos.
Conclusão
Colocar o carro na negociação amigável pode parecer uma solução atraente para aqueles que se sentem sobrecarregados por um financiamento com juros abusivos.
No entanto, essa decisão não deve ser tomada de forma impulsiva ou sem a devida análise dos riscos envolvidos.
Desde a possibilidade de perder o veículo até os custos e incertezas legais, os perigos são numerosos e podem trazer complicações ainda maiores para a vida financeira do consumidor.
Antes de optar pela negociação amigável, é essencial considerar todas as alternativas e buscar orientação especializada, garantindo que qualquer decisão tomada seja a mais vantajosa e segura a longo prazo.
Afinal, o objetivo deve ser sempre resolver o problema financeiro, e não agravá-lo.
Conte sempre com a Sete Capital, especializada nesses assuntos e pode te ajudar, consulte-nos..